Livro: “A Farsa dos Espíritas” por Milton Valdameri

domingo, 29 de dezembro de 2013

Reeditado às 17:13*.

Bom, eu vou dar uma de crítico literário, mas acrescento que não é a minha especialidade. Vai ser apenas uma opinião muito pessoal e sem rasgação de seda, apesar do Milton Valdameri, o autor do livro em questão, ser um grande amigo aqui da internet desde os tempos do falecido Observador Político.

Não esperem de mim coisas como “o poeta trabalha na dobra: um conhecer que é, ao mesmo tempo, desconhecer”, como escreveu ontem o crítico José Castello ao se referir à obra de Mário Quintana, seja lá o que isso quiser dizer. Não sou chegado a firulas nem a encher linguiça.


Para começo de conversa, “A Farsa dos Espíritas” é muito específico, pois trata da vida e da obra de Allan Kardec, ou melhor, da desconstrução de ambas, mostrando uma vida e uma doutrina que foram embasadas em erros sobre erros, a começar pela ligação íntima que Kardec teria tido com Johann Heinrich Pestalozzi, o notável educador pioneiro de uma grande reforma educacional. No caso, Kardec, aliás, Hippolyte Léon Denizard Rivail, chega a ser tratado por alguns biógrafos como um geninho que teria até mesmo substituído Pestalozzi na direção de sua escola de Yverdon, na Suíça, onde Kardec estudava, coisa meio impossível, já que, segundo consta, Kardec deixou a escola em 1822, com apenas 18 anos, estabelecendo-se em Paris. Na verdade tal ligação entre ambos nunca ocorreu, como Milton comprova ao analisar várias correspondências e documentos de Pestalozzi.

O livro passa também pela fascinação à primeira vista, em 1854, de Kardec pelo “fenômeno” das mesas girantes, bastante difundido à época, como objeto de curiosidade e divertimento, em especial nos salões nobres e burgueses europeus, e virou habitué de tais convescotes. Por delírio ou esperteza (ou ambos), Kardec resolveu que aquilo era obra de espíritos, tal como a psicografia, que também havia conhecido recentemente e elaborou o Livro dos Espíritos, uma baboseira inacreditável e contraditória em si mesma, já que Kardec desce o pau na Ciência quando lhe convém e apela para ela da mesma maneira, na maior cara de pau.

E esse foi, para mim, o grande erro de Kardec: se ele tivesse se limitado a afirmar suas bobagens sem tentar explicá-las através da razão, batendo de frente com a Ciência e com a Lógica, o kardecismo (ou espiritismo) passaria impune como apenas um questão de fé e não compraria uma briga impossível de ser vencida.

Milton, nesse sentido, faz também uma análise minuciosa do aspecto doutrinário do kardecismo através das obras de Kardec, apontando suas inúmeras impossibilidades e absurdos, para, no final, relatar e comentar um processo contra os espíritas, mais precisamente os responsáveis pela divulgação e venda de fotos supostamente mediúnicas. Farsa provada, deu cana para três. Ficou barato.

Se meu interesse por alguma coisa serve como parâmetro, eu digo que um sintoma particular de que um livro é interessante é a minha velocidade de leitura - no “Inferno” do Dan Brown eu demorei duas semanas para ler cem páginas, e desisti -, eu li as 311 páginas de “A Farsa dos Espíritas” de um fôlego só, em quatro horas. Como eu disse antes o livro é específico e eu gosto do tema, mas mesmo para quem gosta menos do assunto, é uma leitura perfeitamente palatável.

*O mais importante eu esqueci, mas faço questão de colocar nesse adendo: Milton Valdameri frisa muito bem na introdução que o livro não trata da existência de espíritos, de comunicações deles com os vivos, de encarnações ou de Deus, portanto, o tema é puramente a parte documental - o que foi escrito e o que deixou de ser, em relação ao kardecismo. E sou testemunha disso pelo privilégio que tive de ler o livro antes da maioria dos mortais.

Mas, já que nem tudo são flores, há três coisas que, embora não comprometam significativamente a obra, precisam ser registradas.

A primeira são os erros de digitação. Não, não são erros gramaticais, mas em muitos trechos há a falta ou excesso de caracteres, típicos da pressa.

A segunda é o excesso de referências a sites, o que polui o texto desnecessariamente, dados que podem perfeitamente ser mencionados nos pés das páginas ou no final dos capítulos.

E o terceiro é um certo exagero na documentação que, ao mesmo tempo que dá credibilidade à obra, pode ser um motivo para o desinteresse do leitor que não é muito afeito ao tema. Quanto a isso, eu lembro do livro do Jô Soares, “Xangô de Baker Street”, que eu deixei de lado por causa do começo, cheio de referências documentais - onde o Jô chegou ao requinte desnecessário de dar o número de pedras gastas para o calçamento de uma rua do Rio de Janeiro antigo -, até que uma amiga me recomendasse ler da página tal para frente.

No mais, meus parabéns ao Milton Valdameri pela pesquisa refinada e pela obra em si.

Ricardo Froes

P.S.: Milton, você fica devendo uma continuação com dois assuntos que eu acho que fazem parte: um é a, vamos dizer, mecânica do espiritismo, ou seja, como, quando e por quê se dão as “incorporações” dos espíritas, e o outro é sobre como o espiritismo chegou ao Brasil e por que ele sumiu da França.

Abração

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29 comentários:

  1. Sou apreciadora dos filmes ingleses sobre espiritos como, The Awakening, The Others, The turn of the screw, The Woman in Black e muitos outros. Como todos sabemos a rainha Vitoria era uma apreciadora das sessoes espiritas.
    A classe alta inglesa no comeco do seculo passado era grande adepta das sessoes espiritas com charlatoes a dar verdadeiros shows. Ficou a curiosidade e o condimento atraves dos tempos.

    Antes os espiritas que os praticantes de candomblé que usam animais em rituais horrendos e barbaros.

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    1. Eu não consigo entender essa satanização de certas religiões por parte de outras ainda hoje. O sacrifício praticado pelas religiões de matriz africana são uma prática herdada dos ensinamentos trazidos nas caravelas pelos escravos africanos, que, logo ao chegarem, foi combatida, marginalizada e demonizada pelas ordens religiosas - jesuítas, principalmente - em nome de um projeto cristão de colonização. No Império e na República, a repressão e o preconceito continuaram. No tempo de Vargas a polícia invadia os terreiros, e hoje são os evangélicos que patrocinam e acobertam os traficantes que são orientados a fazer a “limpeza”.

      A história de sacrifícios de animais se confunde com a primeira religião inventada. Os sumérios, foram os primeiros, vindo depois os hebreus, os cristãos, os muçulmanos, sem esquecer dos egípcios dos gregos e dos romanos, sendo que muçulmanos e judeus ainda os fazem. E quantos serão os católicos frequentam as religiões afro por aqui, que oferendam animais mortos a Jesus Cristo, São Sebastião, Nossa Senhora dos Navegantes, Santo Expedito, São Jorge, Santa Joana d’Arc e tantos outros, que, com a desculpa do tal sincretismo, na verdade são, respectivamente, Oxalá, Oxóssi, Iemanjá, Logun Edé, Ogum e Obá?

      Por que não se proíbe os rodeios, que maltratam tanto os animais a ponto de transformá-los em feras e cujo sofrimento em vida é pior que a pior das mortes?

      É melhor matar uma galinhazinha de vez em quando do que enganar fieis à toda hora, a vida inteira.

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    2. Bem, sou contra tudo que possa machucar um animal, detesto ver cavalo puxando carroca, ou pior, animais no circo.
      Nao usei e nao uso a minha religiao para condenar os sacrificios de animais, sinceramente acho um horror, nao importa quem o faca, de onde vem.
      Eu gosto do Natal pelo simbolismo e pela decoracao, (bonita decoracao), mas abomino o que acontece na epoca natalicia, quanta morte e quanto sangue rola em nome da festa, odeio isso, nao toco no assunto para nao ferir os ouvidos de tantos, nao como carne e nada dela derivada, nao tem nada a ver com religiao ou saude, tem a ver com os meus valores, nao fico condenando ninguem que come carne e lambe os dedos, tudo bem que lamba os dedos desde que nao os limpe na minha roupa.
      Nao critiquei o candomble por ser cristan, longe disso, critico por achar repugnante matar um aninal e banhar-se em sangue.
      Assim como condeno o massacre de tantos animais para a festa natalicia, tambem critico o acto de sacrificar um animal para alegorias.

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    3. Esqueci de mencionar que alem de oferecer animais o candomble engana os seus feies ou sera que os deuses ou entidades sao reais? Aquelas pulserinhas de mae de santo, funcionam? Deixar pes de galinhas, garrafas de aguardente e fita vermelha em uma encruzilhada ajudará alguem a receber uma graca? Um trabalho, um emprestimo? A tal da pomba gira realmente faz com que um homem se apaixone por uma mulher ou vice versa? Se assim for, eu seguiria o candomble, seria maravilhoso, os problemas seriam resolvidos, ja poderia até escolher a minha casade e verao em Portugal na Costada Prata.
      Prefiro ouvir de vez em quando o Papa benzer o vinho e a hostia que bahar-me em sangue de galinha. Uma questao de escolha, claro.

      Quando aos rodeios, caca a raposa e qualquer outra barbarie como as touradas é coisa para gente disfuncional, nao acredito que gente normal aprecie e divirta-se com a tortura de um animal que sente exatamente o mesmo que nós.
      Credo, ja estou chorando. Ciao

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    4. Olá Teresa,

      Desculpe, eu havia enviado uma mensagem lhe perguntando se você come carne de boi, mas logo em seguida percebi que você já havia abordado o assunto. Excluí minha mensagem em seguida.

      Abraços,
      Julio

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    5. Olá novamente Teresa,

      "o candomble engana os seus feies ou sera que os deuses ou entidades sao reais?"

      A princípio, caso de fato as entidades do candomblé sejam irreais (não existam), o candomblé estaria (penso eu) enganando a "si próprio", e não aos seus fiéis. Não entendo quase nada de candomblé, mas considero temerário afirmar que algo não exista sem um estudo adequado...

      Abraços,
      Julio

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  2. A net é, às vezes, a pior das fontes se você não souber filtrar suas pesquisas. Posso lhe assegurar, Argento, sem medo de errar, que o Milton está muito bem embasado e documentado sobre tudo que escreveu.

    Uma outra coisa: ele faz questão de frisar muito bem na introdução que o livro não trata da existência de espíritos, de comunicações deles com os vivos, de encarnações ou de Deus, portanto, o tema é puramente a parte documental - o que foi escrito e o que deixou de ser.

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  3. O Cultivo da !gnorância rende dividendos até os dias atuais. A Bula In Eminenti, do Clementi XII (usualmente citada quando refere-se ao "Governo Mundial"), eminentemente Política, foi politicamente revogada pelo Vaticano.

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  4. Em primeiro lugar quero manifestar minha imensa gratidão pela postagem sobre o livro. Você, Ricardo, não é crítico literário, mas poderia ser professor de crítica literária para os críticos que andam por aí, salvo algumas exceções, tudo o que os críticos fazem é adular ou menosprezar o autor. As vezes tenho a impressão que os críticos literários não leem os livros que criticam. Você conseguiu expor méritos e deméritos do livro com propriedade, isto sim é ser crítico literário.

    Sobre os erros de digitação, ocorreu dois problemas: primeiro é que a revisão foi feita pelo próprio autor (eu), por falta de recursos financeiros para contratar alguém. O autor fica “viciado” no texto e por isso a revisão fica muito prejudicada; segundo é que o autor não entra em contato direto com os diagramadores, a revisão torna-se mais difícil e demorada, chega um momento em que é necessário seguir em frente e publicar, mesmo sacrificando algumas coisas.

    Veja que está muito difícil para um autor iniciante (sem recursos financeiros) publicar um livro no Brasil, a maioria das editoras apenas “alugam” o selo, as grandes editoras estão com as agendas lotadas. A Chiado Editora está fazendo um importante trabalho no Brasil, eu já estava desistindo de publicar este e os outros livros que escrevi. Espero que A Farsa dos Espíritas traga algum retorno financeiro que me permita contratar um revisor de texto na publicação do próximo livro.

    Sobre o excesso de citações, eu segui as normas literárias, que nada mais fazem do que “poluir” o texto, ao invés de respaldá-lo com a referências. Minha proposta é que haja uma seção específica para citações, assim como existe para bibliografia, desta forma seria possível citar apenas o “código” da citação, por exemplo: (citação 1.3), onde 1 seria Livro dos Espíritos, com o respectivo autor e o endereço na internet, o 1.3 seria(m) a(s) página(s). O Toma Mais Uma saí na frente, apresentando esta sugestão ao público e talvez à ABNT.

    O exagero na documentação se fez necessária diante de uma prática que é comum entre os divulgadores (não é de todos os seguidores) da doutrina. Divulgar que “pesquisas recentes” comprovaram isso ou aquilo, sem citar qualquer referência, é lugar comum no kardecismo. Descobri durante a pesquisa, que membros da seita que desejam se afastar, encontram certas dificuldades e constrangimentos, sentem falta de argumentos para se defenderem, por isso optei por oferecer à essas pessoas os mesmos recursos que me permitiram escrever o livro.

    Meu amigo Moisés Dornelles, que escreveu um aba do livro, apresentou-me outra crítica: os comentários apresentam uma mordacidade que não é usual em pesquisas com mérito científico. Argumentei que tanto na obra do próprio Kardec, como na prática atual dos divulgadores, existe mordacidade em relação às outras crenças, então tive que escolher entre a mordacidade e a hipocrisia, optando por não ser hipócrita.

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    1. No que diz respeito à documentação, Milton, insisto que ela merecia uma "enxugada". Não vejo como você, a necessidade da sua obra ter tanta comprovação, mas, como eu disse, não chega a comprometê-la, porque tudo é pertinente.

      Quanto à revisão, concordo com você: é um problema. Nunca dá certo quando somos nós mesmo é que a fazemos. Para você ter uma ideia, eu tinha uma amiga de infância, que era tradutora e revisora da Record, que fez três crônicas minhas serem muito mais interessantes depois de revisadas, mesmo tendo sido escritas em linguagem puramente coloquial, de diálogos. Infelizmente ela é petralha e simplesmente passou a criticar agressivamente as minhas posições políticas, o que me levou a cortar nossas ligações de qualquer tipo há seis anos para evitar maiores conflitos.

      E quanto à mordacidade, eu não notei nada que me chamasse atenção, talvez porque eu mesmo, de tão ácido, já a considere uma perfumaria. De qualquer forma, não há como fugir da gozação, tantos são os absurdos que Kardec escreveu e nem por isso, ser mordaz significa demérito ou compromete um estudo sério.

      Ah, sim. Depois de ler seu livro fui futucar meus livros de Kardec, dos Espíritos, dos Médiuns e a Gênese, descobri um monte de sublinhados e anotações que eu fiz em todos os três, há uns 30 anos, pelo menos, e cheguei à conclusão que eu não mudei nada desde então. Nem o kardecismo...

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    2. Descobri por acaso, durante a pesquisa, que já foi publicado um livro sobre os absurdos encontrados no livro A Gênese. Infelizmente eu não registrei o nome do livro e do autor naquele momento e não consegui encontrar novamente a referência ao tal livro. Mas para concluir, se for para comentar todos os absurdos na obra do Kardec, sobrarão poucas linhas sem serem comentadas.

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  5. Sobre aquilo que fiquei devendo, não poderei abordar com a devida propriedade, portanto não será possível fazer uma obra nesse sentido, falta documentação para ser pesquisada e por isso só possível recorrer às deduções.

    Os espíritas no tempo de Kardec, em Paris, eram muito diferentes dos espíritas atuais no Brasil. No Brasil havia o espiritismo de origem africana e indígena, muitos brancos procuram (escondidos) por esses rituais, então um fator relevante para a vinda do kardecismo ao Brasil é a oferta de um “espiritismo de brancos”.

    Outro fator relevante foi a escravatura, que enfrentava grande oposição da igreja, como o kardecismo se apresenta como “espiritismo cristão”, serviu como contraposição cristã à abolição dos escravos. Alguns abolicionistas frequentavam as seções espíritas, mas não há qualquer registro de que tenham professado a doutrina. Provavelmente frequentavam para espionar, não para cultuar.

    O kardecismo proliferou no Brasil com o apoio dos escravocratas, que eram a classe econômica mais poderosa. O kardecismo era explicitamente contra a abolição, ao mesmo tempo que era frequentado por pessoas ricas e dava aos frequentadores um “ar de nobreza”, algo que os kardecistas mantém até hoje, exaltando que são um grupo com renda acima da média..

    Na França o kardecismo existiu apenas e Paris, os círculos que Kardec teria criado em outras cidades jamais tiveram suas existências confirmadas. O espiritismo não kardecista não se extinguiu na França, mas a doutrina do Kardec sucumbiu, provavelmente por causa dos seus absurdos e pela falta de fenômenos atraentes. As fotos foram desmascaradas e sobrou apenas a doutrinação, o público não se interessava por doutrinação, tinha interesse em fenômenos físicos ou psíquicos.

    No Brasil os kardecistas incluíram inicialmente as orações, não encontrei qualquer registro dessa prática em Paris. Provavelmente as orações foram incluídas para que os católicos identificassem o kardecismo com a igreja, como uma extensão da igreja, quando na verdade é adversário da igreja.

    Não sei quando nem como começaram as incorporações, mas o mais provável é que tenham surgido após o surgimento da Umbanda, em São Gonçalo (RJ), quando o Caboclo Sete Encruzilhadas encorporou em um indivíduo que não era kardecista, mas que convivia com um grupo de kardecistas. Sabe como é... se o s umbandistas conseguem fazer, então os kardecistas também conseguem, afinal de contas são superiores.

    A tão exaltada caridade, surgiu apenas depois que o Chico Xavier foi para Uberaba, levado por Waldo Vieira, depois que o sobrinho do Chico, Amauri Pena, denunciou a fraude das psicografias. Para recuperar o prestígio do Chico Xavier, Waldo Vieira sugeriu a criação de uma instituição de caridade. Antes disso não há qualquer registro de que os kardecistas fizessem caridade na prática, como fazem atualmente, a caridade era divulgada pelos kardecista como prática a ser seguida, mas não era efetivamente praticada pelo centros espíritas.

    Também foi inventada uma “coisa” chamada de apometria, que não é aceita por todos os kardecistas e gera controvérsia. A apometria é usada para afastar espíritos indesejados que por ventura se manifestem nas seções kardecistas. Mas inovação por inovação, a maior delas é o estudo da doutrina, não encontrei qualquer registro de que Allan Kardec tenha feito sequer uma reunião para estudos da doutrina.

    Desculpe-me pelo longo texto, sei que você saberá distribuí-lo adequadamente no TMU. Por favor, coloque o local onde o livro pode ser adquirido, pois ainda não está cadastrado nas livrarias (o prazo de 60 dias já esgotou) e a pesquisa do google não mostra a opção de venda pela editora.

    Www.editorachiado.com
    clicar em livraria
    clicar em SENTIDO OCULTO
    o livro aparecerá no início do catálogo
    preço: 13 Euros.

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    1. Olá Milton,

      Algumas perguntas. Você disse:

      "No Brasil havia o espiritismo de origem africana e indígena"

      Há algo que possa ser descrito como "espiritismo indígena"?

      "O kardecismo proliferou no Brasil com o apoio dos escravocratas, que eram a classe econômica mais poderosa. O kardecismo era explicitamente contra a abolição"

      Fiquei curioso com essa afirmação. Imagino que no livro haja farta documentação atestando isso, mas você poderia indicar algum embasamento introdutório para nós aqui neste blog a respeito dessa posição dos kardecistas contra a abolição?

      Abraços,
      Julio

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  6. Ainda não foi lançado aqui, só em Portugal, eu presumo.

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  7. Eu gostaria de fazer uma pergunta ao Milton nao sei se ele irá ler ou responder, farei na mesma.
    Quando o Milton pesquisou sobre o assunto o qual escreveu o livro, certamente pesquisou sobre o tema reencarnacao ou?
    Penso que o Milton conhece a religiao dos drussos, o qual a reencarnacao é o foco principal e ja foram estudadas varias vezes por expertos no assunto assim como cientistas.
    Os drussos nao admitem novos membros em suas comunidades, casam entre si justamente para preservar o parentesco "reencarnacao", vivem na Siria, Libano, Israel, Canada, USA e tambem parecre que há uma pequena comunidade no Brasil, é simplesmeente absorvente certos documentarios sobre o assunto, pois se for charlatanice, é feita soberbamente e inexplicavel.
    Como os espiritismo tambem acredita na reeencarnacao pensei que talvez o Milton tenha se interessado pelos drussos que realmente deixam aqueles que nao acreditam com as sobrancelhas em pé.

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    1. Eu nem mesmo sabia da existência dos drussos, agradeço muito pela informação e vou pesquisar sobre o tema. Eu tenho um conhecimento razoável sobre hinduísmo e budismo, que acreditam em reencarnação. Também tenho um conhecimento considerável sobre umbanda e candomblé, mas o que me levou a escrever o livro foi justamente não conseguir conhecer a seita do Kardec, mesmo convivendo com vários membros. Todas as perguntas eram sempre respondidas evasivamente, todos os livros desse tema eram proselitistas do kardecismo ou dos adversários. Meu livro é o único que permite conhecer a seita através de uma pesquisa imparcial, direcionada para informações comprovadas ao invés de crenças a favor ou contra.
      Obrigado pela dica e pelo interesse, um grande abraço para você!

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    2. Olá Theresa,

      Alguns casos de reencarnação estudados por Ian Stevenson foram entre drusos.

      Abraços,
      Julio

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    3. Olá novamente, Milton,

      "Todas as perguntas eram sempre respondidas evasivamente, todos os livros desse tema eram proselitistas do kardecismo ou dos adversários. Meu livro é o único que permite conhecer a seita através de uma pesquisa imparcial, direcionada para informações comprovadas ao invés de crenças a favor ou contra."

      Curioso. É bem diferente da minha experiência com o tema, tanto em leituras quanto em conversas com praticantes...

      Abraços,
      Julio

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  8. A editora é de Portugal e os preços no site da editora são em Euros. As livrarias Saraiva e Cultura já deveriam ter cadastrado o livro em seus sites, mas por algum motivo que desconheço o prazo de 60 dias já terminou e até agora nada. No site das livrarias o preço será em Reais, mas não sei informar qual será o preço praticado.

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  9. Vou tentar achar um documentario feito pela BBC ha mais de 20 anos, estiveram no Libano durante meses e conseguiram reunir material para um excelente documentario.
    O que parece unico entre os drussos é que a reencarnacao acontece sempre dentro da familia,pelo que eu entendi, é realmente fascinante, ademais nao permitem casamentos fora da comunidade, pelos menos os drussos do Libano. É fascinante, fascinante.

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    1. Olá Theresa,

      "O que parece unico entre os drussos é que a reencarnacao acontece sempre dentro da familia"

      Não é bem assim. Alguns dos casos estudados por Ian Stevenson se deram em famílias diferentes. Se você quiser, te envio um link para um estudo interessante sobre isso.

      Abraços,
      Julio

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  10. Nao encontrei o documentario da BBC, os que tem no Youtube nao sao lá grande coisa.

    "The Druze religion is secret and closed to converts. From the theological perspective, the secrecy derives from the tenet that the gates of the religion were open to new believers for the space of a generation when it was first revealed and everyone was invited to join. Since in their belief everyone alive today is the reincarnation of someone who lived at that time, there is no reason to allow them to join today. Therefore, the Druze refrain from missionizing, and no member of another religion can become Druze."

    Nao admitem ninguem fora da comunidade, eles acreditam mesmo que todos da comunidade sao reecarnados, nascem, morrem e reencarnam. Alguns até chegam a lembrar das vidas passadas conforme lembro no documentario que vi. É fascinante, é algo puro, no documentario que assisti hávia casos concretos de reencarnacao, nao sei se charlatanice ou puramente uma crenca, querem tanto acreditar que a reencarnacao existe que possivelmente o cerebro acaba fabricando provas.
    Avo morre e nasce uma neta, a neta é a reencarnacao da avó, e assim vai a historia. Procriam entre eles e levam adiante o misticismo, a reencarnacao é o pilar principal da seita ou religiao, nao sei definir os drussos, pois parece uma arranjo, derivam dos muculmanos, mas tem a filosofia grega como pano de fundo, judaismo ao lado, budismo tambem tem um pezinho na historia conforme um estudante drusso que vive nos USA.

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  11. Olá Ricardo,

    Você disse: "Posso lhe assegurar, Argento, sem medo de errar, que o Milton está muito bem embasado e documentado sobre tudo que escreveu."

    Bem, pela sua resenha, fiquei com uma forte impressão que Milton não deve ter se embasado de fato muito bem. Você afirmou na resenha:

    "Por delírio ou esperteza (ou ambos), Kardec resolveu que aquilo era obra de espíritos, tal como a psicografia, que também havia conhecido recentemente e elaborou o Livro dos Espíritos, uma baboseira inacreditável e contraditória em si mesma, já que Kardec desce o pau na Ciência quando lhe convém e apela para ela da mesma maneira, na maior cara de pau."

    Se essa é a posição do Milton, me parece mal embasada...

    Abraços,
    Julio

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  12. Verifiquei novamente no link da editora Chiado e eles dizem que são 122 páginas. Quantas são afinal? Será que alguém sabe? O Milton talvez?

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  13. Bem, estou desanimado com esse Milton e com o Froes. Continuam escrevendo a rodo na internet, mas não respondem a algumas das indagações nevrálgicas que eu coloco. Estranho... Deixei esta mensagem abaixo no texto que Froes escreveu ontem no blog dele:

    Ricardo Froes e Milton Valdameri, deixei algumas ponderações e indagações espinhosas no texto do Froes abaixo:

    http://toma-mais-uma.blogspot.com.br/2013/12/livro-farsa-dos-espiritas-por-milton.html

    Descobri agora que Milton foi vetado na wikipedia, aparentemente devido a citações duvidosas. Estou quase desistindo de comprar o livro dele...

    Abraços,
    Julio

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    1. Nunca fui vetado na Wikipédia e não existem citações duvidosas, uma citação pode ser confirmada ou refutada, jamais duvidosa.

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  14. AVISO AOS LEITORES HONESTOS E INTERESSADOS NESTA TEMÁTICA:

    Estamos discutindo este tema aqui mesmo no blog do Ricardo no link abaixo:

    http://toma-mais-uma.blogspot.com.br/2014/01/a-julio-siqueira-que-me-acusa-de-mentir.html

    Aguardamos todos vocês! :-)

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  15. FAÇA UM BEM A VC MILTON,
    AO invés de perder seu tempo tentando provar que o espiritismo é uma farsa (só depois do seu desencarne vai saber na verdade né?) FAÇA UM BEM, UMA CARIDADE AO PRÓXIMO...
    O NOSSO LEMA, DOS ESPIRITAS É "FORA DA CARIDADE NÃO HA SALVAÇÃO" Veja só né, os espiritas FARSANTES E ENGANADORES só pregam isso!
    "Todas as perguntas eram sempre respondidas evasivamente, todos os livros desse tema eram proselitistas do kardecismo ou dos adversários. Meu livro é o único que permite conhecer a seita através de uma pesquisa imparcial, direcionada para informações comprovadas ao invés de crenças a favor ou contra."

    Espiritas nao fazem proselitismo e o Espiritismo não é uma seita, é uma doutrina onde estudamos FILOSOFIA E CIENCIAS. Allan Kardec JAMAIS DESPREZOU CIENCIAS, JAMAIS.
    fisica quantica é a maior prova da existencia do espirito e por isso mesmo estudado nos centros espiritas!
    http://www.kardec.tv/audio/ciencia

    NUNCA li tanta bobagem a respeito!!!!!!

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