Há duas décadas os fumantes eram 34% da população e quase ninguém reclamava por você acender um cigarro em qualquer lugar. Hoje, nem chegamos a 15% e até um próprio fumante reclama do outro. A verdade é que essa guerra contra o fumo é muito mais um fruto de uma emprenhação audio-visual do que olfativa ou pulmonar. Ainda ontem, na Clínica São Vicente, fui obrigado a fumar no portão de entrada, a uns 200 metros do prédio.
Há mais ou menos vinte anos surgiu uma geração de ecochatos que, talvez por falta do que fazer ou por não saberem se masturbar, dedicam seu tempo integral a criar e fazer besteiras, de preferência que chamem muita atenção. Lembro bem de um fato que, para mim, foi o ponto de partida desse movimento de psicóticos: lá pelos anos oitenta, gastou-se milhares de dólares para tentar salvar duas baleias presas sob o gelo no Alasca, enquanto ao mesmo tempo milhões de pessoas morriam de fome por causa da seca na Etiópia. A partir daí, os grimpices da vida tomaram uma força descomunal.
É claro que eu sei, de trás para frente, aquela lenga-lenga toda que o cigarro dá câncer, que é composto por mais de 4.000 substãncias, cada qual mais nociva que a outra, que causa enfisema, erisipela, hemorróida, unha encravada e panarício. É óbvio que me acho uma besta quadrada por ser fumante há 50 anos. É lógico que eu gostaria de parar. Mas nada disso me obriga a ouvir chatices do tipo “você está se matando aos poucos”, quando eu não tenho pressa nenhuma para morrer. Nada disso dá a um ex-fumante o direito de ficar buzinando no meu ouvido que era broxa e agora dá duas. Aliás, ô raça muquirana essa de ex-fumante militante!
Vejam só: Dilma teve 56% dos votos válidos dos brasileiros e nós, os fumantes não somos nem 15%. Não seria o caso de se fazer também uma campanha preventiva contra o vício de votar errado, já que existem três vezes e meia mais burros petistas do que burros fumantes? E tem um agravante: Dilma faz mal a 100% da população, enquanto o cigarro por tabela deve fazer mal a muito poucos. Por isso faço questão de preservar meu vício por uns tempos. É o simples prazer da vingança, porque só assim posso jogar fumaça na cara de quem votou na Dilma sem remorsos: eles fizeram muito mais mal a mim do que uma simples baforada possa fazer a eles.

Tenho a certeza absoluta que o Ricardo não fuma perto dos netos. É exatamente assim, voce sabe o mal que o tabaco produz, voce pode se defender se quiser, mas uma criança não pode, ela tem o direito de crescer em uma ambiente livro do tabaco.
ResponderExcluirAcho um crime os pais fumarem na presença dos filhos, especialmente dentro de um carro fechado,
não sou militante, mas detesto a fumava e como tenho asma me sinto mesmo mal.