Hugh Goddard: Um imbecil a serviço do islam

domingo, 11 de janeiro de 2015

Diretor de Centro para Estudos do Islã da Universidade de Edimburgo diz que contexto social influi mais do que textos de escrituras

Atentados como o contra a redação do “Charlie Hebdo” levam muitas pessoas a associar o islamismo à violência. Como explicar que não é nada disso?

A radicalização é um fato. É importante ter as estatísticas em mente. Estamos falando de uma pequena minoria de muçulmanos que são afetados. Em qualquer contexto que tem a ver com religião, existem as escrituras que destacam os seus ensinamentos. Mas os seguidores estão inseridos em um contexto social, econômico e político. A principal razão para a radicalização entre as comunidades muçulmanas pelo mundo é muito mais resultado das pressões sociais e econômicas que enfrentam em várias partes do mundo. É sempre nesse contexto que homens jovens podem se radicalizar. Tivemos exemplos disso no Reino Unido e outros países europeus, e agora na França. Existe uma espécie de tensão nesses ideais dos ensinamentos religiosos, a teoria, que é o que normalmente está destacado nas escrituras, os documentos fundadores das tradições religiosas. Tanto no Alcorão, quanto na Bíblia, há exemplos de trechos que, se pinçados, podem justificar o uso da violência em contextos específicos. E aí, vai depender do contexto em que estes trechos mais hostis serão aplicados. Na tradição cristã, o Novo Testamento prega o amor a Deus e ao próximo. Esse é o ideal cristão. Mas isso não significa que, no curso da sua história, os cristãos não tenham liderado as Cruzadas, ou executado a Inquisição. Há trechos da Bíblia que, em algumas circunstâncias, os cristãos no período medieval decidiram que justificavam, e até os impeliam, a tomar armas contra o mundo islâmico, ou a usar força contra infiéis dentro o mundo cristão.

O senhor não acha que os muçulmanos acabam sendo vítimas nesse processo?

A comunidade muçulmana é a maior vítima. E é exatamente isso o que os comentaristas muçulmanos têm dito. Este tipo de ação põe a posição dos muçulmanos, sobretudo de quem é inocente, na França e na Europa, em xeque. O fato de que, por assim dizer, as suas comunidades são toleradas, faz parte das políticas europeias desenvolvidas nos últimos anos, de aceitar a diversidade religiosa e buscar justiça para as comunidades. E isso acaba ameaçado. Mas não podemos nos esquecer de que existe radicalismo em todas as religiões. Em 1988, o filme “A última tentação de Cristo” (de Martin Scorsese) casou polêmica e foi considerado extremamente ofensivo do ponto de vista do cristianismo. E, à época, um grupo de franceses fundamentalistas lançou coquetéis molotov contra um cinema. Não morreu ninguém. Mas 13 pessoas ficaram feridas. Hinduístas, budistas, todos têm seus radicais. E eles não representam a maioria.

O cara parece petralha. A culpa dos atentados, para ele, é da sociedade, que não compreende os “coitadinhos” que explodem uma menina-bomba de dez anos causando mais de 20 mortes na Nigéria, como aconteceu ontem, ou que matam duas mil pessoas, como fez o Boko Haram, também na Nigéria, há oito dias onde a maioria das vítimas foram crianças, mulheres e idosos que não conseguiram correr rápido o suficiente quando os insurgentes invadiram Baga, disparando granadas e fuzilando os habitantes.

Sem contar com as comparações esdrúxulas e capciosas que ele faz com o cristianismo, menscionando, inclusive, as Cruzadas.

Se o mundo depender dos “estudos” de canalhas como este, acaba em uma década.

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