Diretor de Centro para Estudos do Islã da Universidade de Edimburgo diz que contexto social influi mais do que textos de escrituras
Atentados como o contra a redação do “Charlie Hebdo” levam muitas pessoas a associar o islamismo à violência. Como explicar que não é nada disso?
A radicalização é um fato. É importante ter as estatísticas em mente. Estamos falando de uma pequena minoria de muçulmanos que são afetados. Em qualquer contexto que tem a ver com religião, existem as escrituras que destacam os seus ensinamentos. Mas os seguidores estão inseridos em um contexto social, econômico e político. A principal razão para a radicalização entre as comunidades muçulmanas pelo mundo é muito mais resultado das pressões sociais e econômicas que enfrentam em várias partes do mundo. É sempre nesse contexto que homens jovens podem se radicalizar. Tivemos exemplos disso no Reino Unido e outros países europeus, e agora na França. Existe uma espécie de tensão nesses ideais dos ensinamentos religiosos, a teoria, que é o que normalmente está destacado nas escrituras, os documentos fundadores das tradições religiosas. Tanto no Alcorão, quanto na Bíblia, há exemplos de trechos que, se pinçados, podem justificar o uso da violência em contextos específicos. E aí, vai depender do contexto em que estes trechos mais hostis serão aplicados. Na tradição cristã, o Novo Testamento prega o amor a Deus e ao próximo. Esse é o ideal cristão. Mas isso não significa que, no curso da sua história, os cristãos não tenham liderado as Cruzadas, ou executado a Inquisição. Há trechos da Bíblia que, em algumas circunstâncias, os cristãos no período medieval decidiram que justificavam, e até os impeliam, a tomar armas contra o mundo islâmico, ou a usar força contra infiéis dentro o mundo cristão.
O senhor não acha que os muçulmanos acabam sendo vítimas nesse processo?
A comunidade muçulmana é a maior vítima. E é exatamente isso o que os comentaristas muçulmanos têm dito. Este tipo de ação põe a posição dos muçulmanos, sobretudo de quem é inocente, na França e na Europa, em xeque. O fato de que, por assim dizer, as suas comunidades são toleradas, faz parte das políticas europeias desenvolvidas nos últimos anos, de aceitar a diversidade religiosa e buscar justiça para as comunidades. E isso acaba ameaçado. Mas não podemos nos esquecer de que existe radicalismo em todas as religiões. Em 1988, o filme “A última tentação de Cristo” (de Martin Scorsese) casou polêmica e foi considerado extremamente ofensivo do ponto de vista do cristianismo. E, à época, um grupo de franceses fundamentalistas lançou coquetéis molotov contra um cinema. Não morreu ninguém. Mas 13 pessoas ficaram feridas. Hinduístas, budistas, todos têm seus radicais. E eles não representam a maioria.
O cara parece petralha. A culpa dos atentados, para ele, é da sociedade, que não compreende os “coitadinhos” que explodem uma menina-bomba de dez anos causando mais de 20 mortes na Nigéria, como aconteceu ontem, ou que matam duas mil pessoas, como fez o Boko Haram, também na Nigéria, há oito dias onde a maioria das vítimas foram crianças, mulheres e idosos que não conseguiram correr rápido o suficiente quando os insurgentes invadiram Baga, disparando granadas e fuzilando os habitantes.
Sem contar com as comparações esdrúxulas e capciosas que ele faz com o cristianismo, menscionando, inclusive, as Cruzadas.
Sem contar com as comparações esdrúxulas e capciosas que ele faz com o cristianismo, menscionando, inclusive, as Cruzadas.
Se o mundo depender dos “estudos” de canalhas como este, acaba em uma década.

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